quinta-feira, outubro 25, 2007

"Foi assim" e continua a ser

Luisa Mesquita, deputada do PCP, eleita por Santarém, traída pelo Comité Central. À esquerda nada de novo...
"A deputada Luísa Mesquita, a quem o PCP retirou em 2006 a confiança política no Parlamento, assegurou hoje que vai cumprir o mandato até 2009, reservando para essa data uma decisão sobre o seu futuro na política.
Um ano após ter recusado sair do Parlamento como lhe tinha pedido o PCP em nome da "renovação sustentada" da bancada, Luísa Mesquita reitera que foi "traída" pelo seu partido e reserva para 2009 uma decisão sobre o seu futuro no PCP e na vida política. "Vou cumprir o mandato para o qual fui eleita. O que será a minha vida depois de 2009 não sei. 2009 o dirá", afirmou Luísa Mesquita em declarações à Lusa, deixando em aberto "todos os cenários" e frisando que continua a "gostar da vida política". Questionado sobre se sairá do PCP após 2009, Luísa Mesquita remeteu todas as decisões para o fim do mandato, frisando que mantém "os valores e as causas" que defendeu "ao longo de décadas enquanto militante comunista". Luísa Mesquita foi retirada das comissões de Educação e de Negócios Estrangeiros, onde era coordenadora do grupo do PCP, e o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa considerou depois que estava criado "um problema ético e político". " in Publico
Caro Jerónimo, um problema ético e político é o seu jeitinho para a dança, isto é um problema de falta de compromisso e de respeito para com os militantes do seu partido que ainda honram a palavra dada. Lembre-se, quando mandar os camaradas avançar, de não ficar para trás.

2 comentários:

Luis Cirilo disse...

Cara Marta:
Apenas um comentário: fui colega de Luisa Mesquita no Parlamento e sempre tive dela a ideia de ser a heterodoxa das heterodoxas.
Mais do que Odete Santos !
Recordo-me de algumas intervenções dela em que, em nome do combate politico, foi de uma violência verbal completamente inaceitável.
Por exemplo contra Pedro Lynce,na comissão de educação,numa altura em que este já se encontrava demissionário.O grupo parlamentar e o PCP tem regras de funcionamento muito próprias(são as deles não tenho que concordar ou discordar)e Luisa Mesquita sempre as aceitou.
O que está em causa agora é o lugar de deputada.
Mais Nada.
O que para uma revoluciuonária,marxista -leninista,revela interesses "pequeno burgueses" muito preocupantes...

Bruno disse...

A verdade é que a crítica, neste caso, deverá ir para mais uma demonstração da falta de sentido democrático que existe no PCP. Mas não dramatizemos mais do que a coisa justifica.

Existe um hábito histórico de os deputados do PCP colocarem os seus mandatos nas mãos do partido. Tal como, ao que ouvi dizer, existe esse hábito em relação ao ordenado (cada um continua a receber o que ganhava antes de assumir o cargo e doa o restante à tesouraria da Soeiro Pereira Gomes).

Luísa Mesquita ousou afrontar essa regra. Mas só o fez ao cabo de muitos anos de actividade parlamentar. Terá de repente percebido que as coisas assim não eram justas? Ou haverá motivações um pouco menos nobres?